Não aprendi dizer adeus, mas deixo você ir sem lágrimas no olhar, se 'adeus' me machucar, o inverno vai passar e apaga a cicatriz.
Não aprendi dizer adeus. Ninguém aprende a dizer adeus. Das cinco fases do luto, ainda busco a última: a aceitação. Talvez a menor das fases tenha sido a negação, aceitar o fim não é fácil, mas o consolo de algo "melhor" é confortável. A raiva nem sempre vem com um momento de fúria, muitas vezes é mais um sentimento de impotência do que raiva. Raiva de si, raiva do mundo, raiva de um Deus, raiva. Mas eu deixo você ir sem lágrimas no olhar... Depois vem o "seguir em frente". Planos, muitos planos. Marcar mil coisas na agenda pra não pensar em nada é a melhor solução. Se sentir útil, ser feliz. Depois de uma falsa felicidade vem o desespero de não conseguir parar de pensar, mas o inverno vai passar, não vai? Daí tudo volta a ser como era antes, mas dessa vez você já passou pela negação e tenta constantemente a aceitação. Então, você cai em uma profunda tristeza e pensa em coisas que poderiam ter sido feitas, o "se" que não faz parte da história, vem pra atormentar. E você continua não aprendendo dizer adeus. Você lembra, você chora, você acredita em uma felicidade futura e você chora, lembra, chora, chora, chora, se desespera e você cansa. Uma música, uma frase, um cheiro, tudo lembra. Mas você busca constantemente aprender a dizer adeus, porque você precisa seguir em frente. Aceitar a perda é algo que ninguém consegue. Tentamos todos os dias viver com a falta. E sabem de uma coisa? Eu não quero aprender dizer adeus, nunca. Ainda quero lembrar nem que seja por uma música, por um objeto, por uma foto, por uma frase, ou por um cheiro. Se isso faz bem ou mal? Eu não sei, mas a não lembrança de algo que foi tão bom é pior do que lembrar no passado apenas. Então, eu continuo assim, tentando guardar a minha dor.
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